O texto que nos foi apresentado, é uma análise de 19 currículos de diferentes estados, no entanto de acordo com a autora, não é uma análise completa devido a quantidade ampla de material.
Neste caso, faço minhas considerações de modo que todos possam compreender o objetivo desta análise e, sendo o mais sucinta possível.
O objeto de estudo é a a língua e a linguagem, também explicita a concepção de linguagem e a resposta à função da escrita na escola.
Umas das condições para a leitura de um texto curricular é considerar os aspectos sócios históricos em que se criou o currículo, isto quer dizer que não basta apenas analisar segundo suas próprias condições e, se posso dizer assim, através do seu olhar, como um antropólogo olha para o nativo.
Elba faz um resumo sobre a História da Língua Portuguesa, cita Magda Soares que fez uma retrospectiva da disciplina de Língua Portuguesa como componente curricular. Com o aumento do número de alunos nos anos 60, o recrutamento de professores tornou-se menos seletivo, em consequência com o passar do tempo e o surgimento do livro didático, estes passaram a ter um apoio didático que supria as lacunas de sua própria formação e a falta de tempo para o planejamento. O livro didático torna-se produtor das atividades de prática docente. Nesta retrospectiva, salientam-se a Retórica que prevaleceu por um longo período em competição com a linguagem escrita, no entanto, destacou-se posteriormente a gramática, que funciona como um instrumento de análise da escrita.
Houve época em que, por decreto a Gramática foi "ameaçada", mas permaneceu "intacta".
Atualmente, pode-se afirmar e não há duvidas, que essa disciplina concilia dois domínios que antes eram antagônicos; língua escrita e língua oral.
As formas de organização de leituras dos currículos analisados, de acordo com a autora, seguem o mesmo padrão, no entanto, ela ressalta que cada tópico do sumário pode ser entendido de diferentes maneiras em cada currículo e em cada região.
A noção de língua é entendida quase unanimemente como aquela capaz de suprir as limitações de uma prática pedagógica supostamente tradicional já a nova concepção de língua é que se distingue e não é unívoca. Algumas propostas são exclusivamente interacionistas, e por isso acham suficiente explicitar essa concepção em três áreas básicas de ensino, leitura, produção de textos e conhecimentos linguísticos, enquanto outras assumem uma postura tradicional.
A maioria dos currículos,ao explicitar um conteúdo gramatical, não conseguem fazer relação com uma concepção dos usos da língua, de modo que a gramática continua a ser tão tradicional quanto era no século passado.
Sabemos do Acordo Ortográfico proposto para unificar a ortografia da língua portuguesa e promover a união e proximidade dos países que tem a língua portuguesa como oficial. Com relação a isso, o período para adaptação deveria ser adotado até o final de 2015. Estariam os educadores brasileiros aptos à aplicar esta nova ortografia aos educandos? Se já foi difícil apreender as regras gramaticais do jeito mais tradicional, o que podemos dizer de "reeducar" nosso cérebro de acordo com isto? Este tipo de reflexão que proponho não é apenas para professores e alunos, mas sim toda a sociedade brasileira que se encaixou nos moldes arcaicos de aprender língua portuguesa e hoje, tende a superar os desafios desta atualização.É claro que não quero me referir como se o novo acordo fosse o fim de toda a história da gramática, mas convenhamos que se formos seguir rigorosamente os currículos, estaremos pondo um ponto final nas idéias renovadoras e interdisciplinares que por vezes debatemos em sala de aula.
De acordo com a Folha de São Paulo, o governo federal adiou a obrigatoriedade do uso da nova grafia para 2016. No link disponibilizado abaixo,a matéria enfatiza o que é possível com esta alteração para 2016, incluindo a postura de professores e das escolas.
Camila, sua reflexão está muito boa, bem escrita e bem clara! Faltaram alguns tópicos, mas vc pode aprimorá-la! Acredito que é necessário focalizar o tradicionalismo que ainda está presente nas aulas de língua portuguesa, principalmente, no tratamento dos aspectos gramaticais.
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